“O abuso psicológico” abrange uma ampla variedade de maus-tratos, incluindo o bullying que os pais cometem contra os filhos, exercendo o excesso de controle sobre eles, com insultos ou ameaças. Na outra extremidade do espectro, isolar ou ignorar os filhos também é considerado abuso psicológico.
Os pesquisadores examinaram as histórias de 5.616 crianças que haviam sofrido algum tipo de abuso. Aqui está o que eles encontraram, de acordo com o comunicado de imprensa:
As crianças que tinham sido psicologicamente abusadas sofriam de ansiedade, depressão, baixa auto-estima, sintomas de estresse pós-traumático e suicídio no mesmo grau e, em alguns casos, a uma taxa maior do que as crianças que foram abusadas fisicamente ou sexualmente. Entre os três tipos de abuso, os maus tratos psicológicos foi mais fortemente associado com depressão, transtorno de ansiedade generalizada, transtorno de ansiedade social, problemas de ligação e abuso de substâncias químicas.
Embora o abuso físico muitas vezes traga marcas reveladoras, o abuso psicológico é muitas vezes mais difícil de detectar. “Além disso, o abuso psicológico não é considerado um tabu social grave como abuso infantil físico e sexual”, disse o principal autor do estudo Joseph Spinazzola, um clínico no Centro de Trauma do Instituto de Recursos Justiça em Brookline, Massachusetts.
Por que não se deve argumentar com um abusador emocional
Eu passei várias semanas organizando os papéis e arquivos domésticos que Ernie e eu havíamos acumulado por mais de 20 anos. Após uma triagem, eu categorizei tudo e criei um código com cores para os arquivos: Negócios, médico, seguro, pessoais, etc. O resultado foram três gavetas de arquivos. Foi um trabalho longo e enfadonho. Às vezes eu falava para Ernie sobre como o trabalho estava progredindo. Finalmente, depois de duas semanas de trabalho, eu estava feliz por ter concluído. Eu disse: ´´Ernie, terminei os arquivos. Deu muito trabalho”. Eu abri as gavetas e mostrei o que tinha feito. Ele disse: ‘´Uau! Estou impressionado´’. Com um sorriso, eu disse, ´’Você está?’´. Ele respondeu com uma voz estranha: ‘´Estou impressionado com a forma como você fez para esses nomes caberem em todas essas pequenas etiquetas´’. Eu disse, ´’Oh, Ernie, eu os digitei. Essa não foi a parte mais difícil…”. Ele me interrompeu com um olhar sério e disse: ´’Bem, eu acho que foi”.
O abuso emocional pode acontecer sempre dessa forma sutil, como a história de ´Evans´ ilustra. No entanto, ele deixa a vítima com muita dor e confusão. Acreditando em uma realidade diferente, onde as pessoas são racionais e se comunicam de forma racional, a vítima tenta dar sentido ao tratamento do seu agressor, sem entender que, às vezes, o comportamento dos outros não faz sentido, não tem explicação racional, e não tem nada a ver com ele ou ela.
Mas apensar de se sentir mal, a vítima não tenta colocar um fim nisso, ela prefere continuar procurando explicações sobre o que poderia ter motivado o abusador a tratá-la dessa forma. A vítima acredita que alguma coisa no seu comportamento teria motivado a atitude e que merecia ser tratada mal.
Porque a vítima ainda não compreende totalmente a ideia de um abuso emocional – um abuso em um nível puramente verbal ou mental – ela pensa que os maus-tratos do abusador devem ter uma explicação racional.
Então, a vítima confronta o comportamento, não da forma como deveria enfrentar esse tipo comportamento, mas da forma como ela lida com um comportamento racional. A vítima pede uma explicação, pede exemplos das generalizações feitas pelo abusador, e pede para o abusador dar um sentido ao abuso.
Mas a vítima acaba perdendo. Abusadores verbais e emocionais não agem racionalmente. Procurar uma razão ou tentar argumentar com eles é inútil. Eles não têm razões para se comportarem dessa maneira e vão responder com mais abuso.
Você não pode racionalizar um abusador.
Poucas pessoas realmente compreendem o abuso emocional. A maioria das pessoas que estão nesta situação não percebem ao que estão expostas. Elas desesperadamente querem que os outros se comportem de forma racional. Elas entendem que sempre há boas razões para sentir raiva e irritação. Elas entendem que nem todos se dão bem o tempo todo. Mas elas não conseguem ver que, quando alguém é verbalmente abusivo, suas ações não estão fundamentadas na razão.
Responder eficazmente ao abuso verbal requer, antes de tudo, reconhecer que não faz qualquer sentido tentar argumentar com o agressor.
Um agressor verbal irá definir a sua realidade, decidir o que você pode ou não pode fazer, e vai tratá-la como a parte feia de si mesmos, uma parte que eles precisam se livrar.
Há apenas uma maneira de acabar com o abuso verbal: Chamando a atenção do agressor.
Se isso não funcionar, a única saída é deixar essa relação tão rápido quanto você puder.
Fonte: PsychologyToday traduzido e adaptado por Psiconlinews
Tortura psicológica é tão
ruim quanto a física
Dano mental permanente é igual nos dois tipos de maus-tratos, afirma pesquisa.
Estudo foi feito com sobreviventes das guerras civis na ex-Iugoslávia.
Estudo foi feito com sobreviventes das guerras civis na ex-Iugoslávia.
A tortura psicológica, incluindo técnicas utilizadas pelos Estados Unidos no Iraque e em sua base de Guantánamo, em Cuba, provoca o mesmo tipo de dano mental a longo prazo que o abuso físico, revela um estudo divulgado nesta segunda-feira (5), que questiona as intenções do governo americano de atenuar a definição de tortura.
Pesquisadores que avaliaram a saúde mental de soldados e civis torturados durante as guerras dos Bálcãs na década de 90 descobriram que as vítimas de abuso psicológico tinham a mesma probabilidade de sofrer de transtornos de estresse pós-traumático e depressão que as vítimas de tortura física.
Segundo os cientistas, as vítimas de tortura consideraram técnicas como posições físicas tensas, isolamento, olhos vendados e privação de sono tão angustiantes quanto a maioria dos métodos de tortura física.
“Os maus-tratos durante o cativeiro, como manipulações psicológicas, tratamento humilhante e posições tensas forçadas, não parecem diferir substancialmente da tortura física quanto à gravidade do sofrimento mental que geram”, ressaltaram os autores do estudo.
“Logo, estes procedimentos equivalem a tortura e nos levam a respaldar sua proibição internacional”, acrescentaram os cientistas na revista científica “Archives of General Psychiatry”.
Os pesquisadores disseram que sua descoberta contraria as intenções do governo americano de atenuar a definição de tortura para habilitar interrogadores a usar métodos psicológicos que visem a vencer a resistência do prisioneiro.
Em 2003, advogados do Departamento de Justiça americano e um boletim de um grupo de trabalho do Pentágono sobre os interrogatórios defenderam uma definição mais restrita de tortura que exclui procedimentos como vendar os olhos ou encapuzar os prisioneiros, obrigá-los a permanecer nus ou isolados, entre outras manipulações psicológicas.
O memorando do Departamento de Justiça argumentou que o uso do termo tortura deveria ser limitado a atos que gerem um “dano mental prolongado”, segundo o estudo.
Essa posição foi defendida após as acusações de abuso de direitos humanos dos detidos nas instalações americanas no Iraque, no Afeganistão e na base de Guantánamo, em Cuba.
Os autores do estudo apontaram que sua análise das experiências de 279 bósnios, croatas e sérvios sobreviventes de torturas demonstraram que os indivíduos que sofreram abuso psicológico têm as mesmas taxas de depressão, transtorno de estresse pós-traumático e problemas sociais ou profissionais que aqueles que foram espancados, queimados, abusados sexualmente ou foram castigados fisicamente de outras formas.
O motivo sugerido para o efeito ser o mesmo é que esse tipo de agressão tem como objetivo gerar medo e ansiedade na vítima, tirando seu controle com o intuito de criar um estado total falta de defesa.
“A distinção entre tortura e tratamento degradante é não apenas inútil. É também perigosa”, disse Steven Miles, professor de bioética da Universidade de Minnesota, em um editorial na “Archives of General Psychiatry”. O estudo foi realizado por Metin Basoglu, chefe de estudos traumáticos no Instituto de Psiquiatria do King’s College de Londres, em parceira com colegas do Departamento de Psiquiatria do Hospital Clínico Zvezdara, em Belgrado.
Fonte: Globo.com
Verdade, nossas emoções são muito importantes. Postei um vídeo cover gospel recentemente no meu canal. #SoberanaVocação Segue o link: https://www.youtube.com/watch?v=Ry8XN6TR30Q?sub_confirmation=1
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