clique para baixar :
O quarto poder é um filme que nos faz refletir sobre o papel e o poder de influência da imprensa sobre a formação de opinião e imagem.
Ele nos mostra que é impossível não pensar na atitude de estrelismo e irresponsabilidade dos profissionais da imprensa, que ferem a ética em busca de um furo e de pontos de audiência.
Os interesses em jogo nesta trama revelam um conflito que coloca em risco a segurança de pessoas para satisfazer às necessidades da indústria da televisão.
É como aquela fábula de Luis FernandoVeríssimo, A verdade, que termina dizendo algo como:
“o povo não gosta de histórias de pescador. O povo gosta de histórias de sexo e violência.”
Partindo deste princípio, existem milhares de profissionais da imprensa fazendo todo o possível para levar a leitores e espectadores histórias que nem sempre condizem com a verdade.
Fatos, relatos, imagens e suposições são fabricadas de acordo com a intenção sensacionalista e tendenciosa, impressionando e até mesmo revoltando a opinião pública, criando personagens que não existem e fatos que sequer aconteceram, a não ser na imaginação de um público condicionado a gostar de coisas bizarras e fantásticas, desde a antiguidade, cenas vistas ao longo da história que ainda permeiam o imaginário popular como forma de fazer as pessoas fugirem das suas rotinas tediosas.
Por várias vezes é usada no roteiro do filme a palavra circo, referindo-se ao espetáculo fabricado em torno de uma circunstância que, não fosse o telefonema do repórter e a posterior cobertura televisiva, talvez tivesse um desfecho completamente diferente.
É um filme muito rico em reflexões sobre a nossa sociedade mercenária e hipócrita.
Serve de tema para uma completa discussão sobre valores, e, entenda-se a palavra valores também no sentido de vidas, liberdade de pensamento e de expressão.
Basta lembrar que, o protagonista, desesperado pela perda do emprego, pediu à ex-patroa que o escutasse por apenas cinco minutos.
Ao ser-lhe negado este pedido, perdeu o controle emocional, cometendo uma série de erros e acidentes, transformando-se de um simples pai de família desempregado, em um bandido perigoso que ameaça explodir um museu repleto de crianças inocentes
Considerações sobre o Quarto Poder
Quando A deseja provocar determinado comportamento em B sem manifestá-lo explicitamente, e B obedece sem se dar conta de que está se comportando exatamente como A deseja, estabelece-se o que se chama de manipulação.
Como elemento do poder, a manipulação é uma das mais insidiosas forma de domínio, pois prescinde de qualquer legitimação ou argumentação e não tem face, sendo instrumento de controle capaz de obter a obediência incondicional, inclusive, de grande parte da sociedade.
Na manipulação é utilizado um arsenal de argumentos como técnica de convencimento, ainda que possam ser na sua maioria ilusórios.
Forma-se desse modo uma situação em que a pessoa tem como meta dominá-lo,
para fazer dele o instrumento de suas ambições.
Promessas impossíveis de serem cumpridas mas agradáveis de se ouvir.
No festival manipulação e poucas pessoas sabem distinguir a mentira da verdade.
Como escreveu o jornalista L.H. Mencken, “a verdade é uma mercadoria que as massas não podem ser induzidas a comprar”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário